quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Reflexos da crise na saúde pública

O mês de Fevereiro começou com a apresentação de reflexos da profunda crise que atinge o sistema público de saúde.

Na capital do RS, foi aprovado o pedido de CPI apresentado pelo Vereador Pedro Ruas do PSOL. Segundo investigações da Polícia Federal, foram desviados R$ 9 milhões do Programa de Saúde da Família, entre os anos de 2007 e 2009.

Inúmeras são as denuncias de irregularidades na Secretaria de Saúde de Porto Alegre e até hoje não foi devidamente esclarecido o assassinato do Ex-secretário de saúde Eliseu Santos, bem como as relações deste assassinato com as fraudes.

O PSOL como sempre foi firme nas denúncias, e pretende aprofundar as investigações e buscar o ressarcimento dos cofres públicos. O Vereador Pedro Ruas será o Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito.

Em Pelotas, desde a noite de segunda-feira (31-1) os profissionais do Pronto Socorro municipal estão em greve por melhores salários e condições de trabalho. O atendimento está mantido em 30 % das atividades por 72 horas, nova assembléia será realizada na sexta-feira a noite, para avaliar a contraproposta da direção do PS.

Este é mais um capítulo da dramática situação por que passa a saúde pública em Pelotas, que desde muito tempo vem apresentando sintomas cada vez mais graves. O sistema passa por inúmeros problemas que vão desde o déficit de atendimento nos postos de saúde e chega ao caos instalado no PS.

Infelizmente, a Prefeitura parece estar trabalhando muito em outras frentes, como a consulta jurídica para saber se Fetter Júnior poderá concorrer à reeleição em 2012, buscando ao mesmo tempo um possível substituto, ou a reforma administrativa, que acomoda diversos Partidos na base aliada do Governo.

Não temos a menor dúvida de que o problema da saúde pública não se resume aos desvios no Programa de Saúde da Família em Porto Alegre, nem que o caos do sistema seja exclusivo de Pelotas. Ao mesmo tempo, temos a absoluta certeza de que são necessárias profundas investigações em Porto Alegre e que o poder público deve agir em Pelotas para minimizar as dificuldades dos trabalhadores do setor e o drama da população, que tanto precisa do serviço público.

O desvio de recursos destinados à saúde para a corrupção, a falta de funcionários nos postos, hospitais e pronto-socorros, bem como o baixo salário pago aos profissionais são reflexos da difícil situação da saúde pública que percorre todo o país, são urgentes as mudanças.

Um comentário:

  1. Aqui em Pelotas o prefeito Fetter e o ex-secretário municipal de saúde Francisco Isaías adoram reclamar da falta de verba na saúde. Ambos dizem que os recursos repassados pelo governo federal estão em dia mas são insuficientes, e até são mesmo pois os valeres repassados pelo SUS dão a impressão de que o ministério da saúde desconhece os reais custos da saúde. Mas desde que eu vi a cidade de Barbalha-CE no jornal nacional em setembro de 2010 no JN no ar http://g1.globo.com/videos/jornal-nacional/v/barbalha-ce-tem-vocacao-para-a-medicina/1340957/#/Edições/20100920/page/2 me encantei com esta cidadezinha,e não consigo mais esquecer dela. Uma cidadezinha com chão batido e com problemas de saneamento, mas que assim mesmo possui uma boa saúde só com verbas do SUS. E aí vendo cidades como Barbalha-CE, em que a urbanização é precária, mas a saúde funciona bem só com o dinheiro do SUS fica a seguinte pergunta: Porque que Porto Alegre e Pelotas não podem ser assim também? Será que no caso expecífico de Pelotas o que falta é só verba mesmo, ou falta também gestão e vontade política?

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