sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ainda sobre "famosos engajados"

A notícia do encontro de Luciana Genro e Wagner Moura me fez lembrar de algumas conversas que já tive sobre o tema do engajamento dos famosos no Brasil.

O Wagner Moura mesmo é um caso raríssimo. Tive a oportunidade de assistir uma entrevista com ele dia destes. De fato, conforme relata nossa Deputada, ele acompanha as questões sociais, a política, tanto que conhece e admira a Luciana.

Infelizmente os exemplos de famosos engajados são muito poucos. Em outro programa de entrevistas assisti vários artistas comentando entre a diferença de engajamento de famosos nos anos 70 e 80 e os nossos tempos. Todos eles concluiram que "esta fora de moda" o engajamento, algo profundamente lamentável na minha opinião.

Eu sempre prestei atenção neste tema, me agrada e muito o fato de termos artistas engajados. Neste sentido sempre tive na Banda O Rappa uma referência, pelos que tratam nas letras das músicas e pelo seu certo engajamento extra palco.

Embora O Rappa tenha se modificado significamente após a saída do Marcelo Yuka (que hoje inclusive é filiado ao PSOL), acredito que ainda seja um grupo que trata de temas importantes, e que consegue espaço para estes temas, trazendo pessoas que nunca pensaram sobre os reais motivos da violência urbana, por exemplo, à reflexão.

Outro famoso engajado que nos orgulha muito ter vindo para o PSOL foi o ganhador do BBB Jean Whilis. Homossexual assumido, aproveitou toda a sua exposição pública para divulgar suas bandeiras, é nosso pré-candidato à Deputado Federal no RJ.

Infelizmente a lista de famosos engajados é escassa nos anos 2000. Quando chego a esta conclusão sempre me lembro de uma oportunidade que tive em 2005, de participar da Cúpula dos Povos, em Mar del Plata, Argentina. A Cúpula dos Povos era uma evento paralelo à Cúpula das Américas, que reuniria os Presidentes dos países de toda a América.

Na programação da Cúpula dos Povos havia uma grande marcha, uma manifestação contra o imperialismo norte-americano, para demonstrar que o Presidente dos EUA (à época George W. Bush) não era bem-vindo.

Quando estávamos a caminho de Mar del Plata recebemos uma notícia que caiu como uma bomba: ao lado do Presidente Venezuelano Hugo Chavez, na direção da marcha, estaria ninguém menos que Diego Maradona. O camarada Israel Dutra estava comigo e a primeira coisa que imaginamos foi uma marcha no Brasil, contra Bush, em que Pelé estivesse na "linha de frente", seria um estouro, mas infelizmente como sabemos, coisas deste tipo no Brasil, só na nossa imaginação.

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