Estudei minha vida inteira em escolas públicas. Fiz o Ensino
Fundamental no Colégio Pedro Osório, no Ensino Médio estive no CAVG e no
CEFET-RS (hoje IFSUL), a graduação na UFPel, onde hoje estou concluindo meu
Mestrado.
Durante todos estes anos, tive contato com centenas de
professores e demais profissionais da área da educação. Devo absolutamente tudo
que eu sou à educação que recebi na minha casa, às pessoas que conheci nas ruas
e aos profissionais de educação das Instituições pelas quais passei.
Estou acompanhando - ansioso e indignado – o desenrolar do
tema do piso nacional dos professores. O debate em relação ao piso é antigo,
assim como a defasagem salarial da absoluta maioria dos professores.
Nunca se ouviu uma voz contrária ao piso dos professores. Ninguém,
absolutamente ninguém se atreve a dizer que os professores não merecem ter um
salário digno. A novidade dos últimos anos é que foi criada uma lei sobre o
piso que estipula um valor mínimo nacional.
Ocorre que estamos em um país onde grande parte dos recursos
públicos são drenados para o pagamento de juros de dívidas impagáveis e para a
corrupção. A absoluta maioria dos Partido Políticos é responsável ou conivente
com esta drenagem. Se sobram recursos para banqueiros e corruptos, faltam para
serviços básicos, como a saúde e a educação.
Neste sentido, aprovar uma lei que estipula o pagamento do
piso sem modificar os rumos da economia é puríssima demagogia. Mais demagógico
ainda é ser eleito na “onda” do pagamento do piso e chegar ao Governo,
permanecer no Governo e sair do Governo não pagando.
Eis que na Cidade de Pelotas, nos dias atuais, estamos vendo
e vivendo um absurdo dos mais revoltantes. Além de não cumprir a legislação, a
Prefeitura capitaneada pelo Sr. Fetter Júnior acaba de cortar o salário dos
professores que estão em greve lutando pelo pagamento do piso. Sequer o
vale-alimentação estes profissionais receberam no início deste mês.
Eu não sei exatamente o que vai acontecer daqui pra frente.
Não sei se os professores receberão o piso, se vão resistir aos ataques e
ameaças que estão sofrendo e permanecerão em greve. Espero com todas as minhas
forças que os professores continuem tendo garra e permaneçam lutando e dando o
exemplo para toda a comunidade Pelotense. Espero que os profissionais da
educação, seus familiares, amigos e toda a comunidade que precisa da educação
pública cobre esta conta dos Governos, em todas as eleições – a hora em que
eles sentem o peso da população.
O que eu posso garantir é que eu não vou me esquecer. Não
vou esquecer do que já aprendi e continuo aprendendo com os profissionais da
educação pública. Vou cobrar, em todos os momentos, de todos os responsáveis ou
corresponsáveis pelo desrespeito aos educadores. Nenhum deles vai ter folga.